Tratamento da disfunção fecal e urinária em crianças com estimulação elétrica interferencial do assoalho pélvico e exercícios musculares – um ensaio clínico randomizado

Destacado

Objetivo

Avaliar a eficácia da estimulação elétrica do assoalho pélvico combinada e exercícios musculares na disfunção fecal e urinária em crianças.

Materiais e métodos

Um total de 34 crianças com disfunção fecal e urinária (6 meninos, 28 meninas; idade média 7,4 ± 2,2) foram incluídos neste estudo. As crianças foram avaliadas e reavaliadas ao final das sessões e após 6 meses com ultrassonografia de rim e bexiga, urofluxometria + eletromiografia e um diário completo de micção e hábitos intestinais antes do tratamento. Os critérios de exclusão foram doença neuropática, defeitos anatômicos e retardo mental. Os participantes foram alocados aleatoriamente em 2 grupos de tratamento, incluindo o grupo A (n = 17) que foi submetido à estimulação interferencial, além de exercícios para músculos do assoalho pélvico e grupo B (n = 17) que recebeu apenas exercícios para os músculos do assoalho pélvico.

Intervenções de tratamento

Uroterapia padrão composta de explicação simples e educação sobre a função do trato urinário e gastrointestinal, dieta, ingestão de líquidos adaptada juntamente com micção cronometrada (a cada 2 ou 3 horas) além do treinamento esfincteriano foi descrito para todos os pacientes e seus pais no início do tratamento. O relaxamento do assoalho pélvico e abdominal durante a micção e defecação foi instruído a todas as crianças a fim de facilitar a postura ideal de micção e defecação. Cada criança do grupo A foi submetida estimulação elétrica interferencial e exercícios dos musculo do assoalho pélvico por 10 sessões enquanto as crianças o grupo B realizou apenas exercícios dos musculos do assoalho pélvico nas mesmas sessões.

Estimulação Elétrica interferencial transcutânea.

Fisioterapeuta aplicou estimulação elétrica interferencial pélvica por 20 minutos em cada sessão de tratamento no grupo A. Frequência de 4 kHz e uma cobertura de varredura de frequência de batimento em 5-25 Hz, por uma duração de 250 ms, e um tempo repetido de 6 segundos com amplitude ajustável (0-100 mA). Dois eletrodos autoadesivos foram colocados bilateralmente na sínfise púbica, e 2 outros eletrodos foram colocados transversalmente na tuberosidade isquiática; com essa abordagem, a corrente de cada canal atravessa o assoalho pélvico e a bexiga. A intensidade foi aumentada até que a criança relatasse estar forte, mas com nível confortável de consciência sensorial. Corrente máxima intensidade foi usada abaixo do limiar da dor.

Exercícios dos músculos do assoalho pélvico. Explicação simples sobre a fisiologia e função do trato gastrointestinal, bexiga e assoalho pélvico para crianças e pais no início do programa de tratamento. Os participantes em ambos os grupos foram treinados para fazer exercícios regulares diários por pelo menos 15 minutos. O os exercícios incluíam contração dos músculos do assoalho pélvico por 10 segundos, seguidos por 30 segundos de relaxamento, esforço abdominal e manobra de pressa abdominal. Todos os pacientes foram educados para fazer Contração dos músculos do assoalho pélvico e manter os músculos abdominais relaxados durante as contrações, enquanto o fisioterapeuta mantinha uma mão no períneo e a outra na parede abdominal. A fim de coordenar os músculos do assoalho pélvico com os músculos circundantes da pélvis e também para treinar as fibras musculares em diferentes planos de movimento, todos os pacientes foram submetidos a treinamento individual em exercícios funcionais. Todos os pacientes foram solicitados a repetir os exercícios em casa todo dia sob supervisão dos pais por 6 meses.

Resultados

A constipação melhorou em 14 de 17 (82%) no grupo A e 8 de 17 (47%) no grupo B, no final das sessões de tratamento (p=0,03). A incontinência diurna melhorou em todas as crianças do grupo A e em 2 de 8 (25%) crianças do grupo B após o tratamento (p=0,007). A infecção do trato urinário melhorou em 8 de 10 (80%) no grupo A e 5 de 13 (38,4%) no grupo B, 6 meses após o tratamento (p=0,02). Nenhuma diferença significativa foi observada nas medidas de urofluxometria entre 2 grupos após o tratamento.

Conclusão

A combinação de estimulação elétrica interferencial e exercícios para músculos do assoalho pélvico é uma modalidade eficaz e segura para o tratamento da disfunção fecal e urinária em crianças.


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